Quando a noite apaga de vez o crepúsculo,
Surge envolto em seu negro manto, sem acuro.
O espectro no comando dos seus carnais instintos,
Arqueia o corpo, faz dele um projétil certeiro no íntimo,
Anulando toda reação de força com um olhar obscuro.
Sedução!
Exala a cada passo o perfume dos desejos aflorados,
Soltando no ar o hálito do gozo que confundi os tinos.
Ser a presa sob o jugo da teia, tecida ardilosamente,
Seduzida e saciada dos desejos de toda tua vontade,
Em delírios de amor recompensados, em ais e hinos.
Dominação!
A alcova-teia te atrai ornada com gotas de orvalho morno,
Misturando-se com a sudorese que brota dos teus poros.
Nos teus olhos, o êxtase, brilho inconfundível do prazer.
Do ritual animal, a parte mais significativa do ato, o coito.
E o corso das línguas permitidas galopando no teu dorso.
Sujeição!
Das trevas inanimadas preparando-se para o retorno ao caos,
Da vida, da morte, azar e sorte, prisioneiro das circunstâncias.
Fecha-se em concha para abafar o pranto que teima em vir,
Perde o poder do veneno, este, eficaz na carne, nulo no amor,
Caindo por terra a arrogância, prostrando-se brando a paixão.
Sublimação!
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