in voz; José Silveira
Na, minh’alma
submersa...
esconde um ser, sem retrato
se faz indefinido esse traço,
ora translúcido, ora opaco.
Na, minh’alma
dispersa...
habita um ser, displicente
desdenha, deserta e mente
sempre que preciso de mim.
Na, minh’alma
há loucura...
regurgito-a na voz rouca,
sufoca-me quando declamo,
impedindo que ela me ouça.
Na, minh’alma
impura...
transbordante de candura,
germina poesia, bem regada,
que escorre pelas sarjetas da lua.
Na, minh’alma
vagabunda...
descobri que há um ser que ama,
que sabe do amor toda a trama,
e de onde tudo oriunda.
Na, minh’alma
cedente...
habita um ser, que quer ser selva,
na imperfeição, é simples relva,
e basta, pra que tu não pises no chão.
Na, minh’alma
há emoções...
aliás; é a única coisa
em mim impregnada,
com algumas perfeições.
Um comentário:
Belíssimo poema, parabéns!
Um abraço
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