do alto de uma nuvem, eu,
José flutuava com espanto.
acima de mim havia santos,
as dores não mais havia,
eu não usava mais óculos,
e li, que escreveram na areia
que o meu nome era José.
no poema escrito, ficara:
‘parido duma mulher mãe,
que num cartório firmara,
por um homem dito pai,
desde quando criancinha. ’
junto com a história morreu;
José era esse nome o meu.
noutras nuvens em movimento,
num bailado; triste e lento.
ora arrastando-me ao ocaso
rodopiando sobre as labaredas,
eram as chamas do inferno.
que voltavam ligeiras, de ré
sombreando aquela praia que
na areia escreveram José.
José; muito assim fui chamado,
para suscitar dúvidas, arguido,
qual no poema de Drummond.
mas não confundam, não era eu,
o tal da festa acabada dita.
fui outro; um José menos amado.
amado, tão quanto fui odiado
por não professar una fé.
a poesia ficou;
‘eu me chamava José’.
o sonho acabou,
a vida acabou;
o poema chorou;
o mal não há mais;
a dor não há mais.
o José não há mais...
6 comentários:
Querido amigo, este seu poema tem o aroma da saudade liberado pela existência sobrenatural, que ficou manifestada neste voo de José.
Emocionante ler.
Carinho,
Helen De Rose.
Minha querida amiga, poetisa Helen; que seja aqui, ao menos, um voar comigo, tranquilo, neste meu espaço de poesia. Emoção.
Afeto.
Procurando homenagens a Pagu, encontrei o teu lindo poema. Tomei a liberdade de publicá-lo no meu blog, com as suas devidas referências.
Lindo o teu blog, lindas as tuas palavras.
Cara Naurelita,
sua visita direcionou-me até aqui, despertando a curiosidade neste velho virginiano, culminando no prazer dos 'mais grandes' de vir e ter a oportunidade de conhecer o seu belíssimo trabalho. Aproveito para agradecer-lhe o simpático gesto de publicar entre outras obras literárias do seu blog, o meu poema; 'Pagu...A Musa ex-interiorana'. Ao seu dispor.
Saudações Cariocas,
José Silveira
www.palavrasdepoeta.blogspot.com
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www.luso-poemas.net
www.escritartes.com
Caro José, seguir seu blog é como alimentar os sonhos, é como nutrir a alma. Tuas poesias, espelho da alma, de quem sempre ressurge forte, perene, água, quando se pensa q "José nao há mais,,,"
Bjs
Que linda escrita poeta!
Que lindo blog!
Vou te seguir menino!
Beijinho de luz!
*-*
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