AMIGOS QUE ME SEGUEM

EU O MUNDO, O MUNDO E EU

26 de agosto de 2010

PRODÍGIOSO AMAR



quando encontro-me menino,
solitário com meus pensamentos,
vejo-te ainda;
quando atravessavas o portão principal
e caminhavas pela alameda em minha direção.

ficava ansioso por uma palavra tua,
uma resposta ao poema que eu fizera
na noite anterior. escrito as escondidas,
a lápis na folha pautada de caderno.

passavas escondendo o sorriso...
sorriso que pensava eu, ser um sim.
como sempre; a dúvida como resposta...

antes que sumisses entre os arbustos
coloridos dos hibiscos, e,
os perfumados manacás e jasmins,
mudo, meu olhar te acompanhava
embriagado pelo perfume
que deixavas pelo caminho,
olor das flores
que começara o bailado da primavera.

aquele era meu sublime momento,
quando as sombras das árvores do parque
eram cortadas pelos raios do sol da tarde,
iluminavam teus pés descalços,
e meus olhos brilhavam de ânsias
no teu andar sobre chão com rochas de mica,
passos cintilantes, luzinhas vivas
ofuscando o meu olhar juvenil,

olhar que eu achava ter perdido
quando penso hoje.
parece que foi ontem;
que eu sonhara que me beijaste.

eu que menti beijá-la tantas vezes
às vezes ainda gosto de mentir para mim
é assim que sorrio.

amanhã estarei aqui, esperando-te;
sentado neste mesmo banco de jardim
onde há sombra e os raios de sol
também esperam você passar,
para ver teus passos que brilham.

enquanto isso,
escrevo um poema de amor,
preferencialmente.

23 de agosto de 2010

PEREGRINO



os passos são testemunhos, marcaram
todos os caminhos que ele percorreu.
ah os pés cansados e doentes, caíram
e sangraram, pelo calvário das distâncias.

as vias dolorosas que o tempo preparou,
o fez sentir os sulcos cavados, profundos
sobre o chão, pelas intensas tempestades.
a dor é a paz que se instala e o entorpece.

pousadas terrenas não são destinos finais,
se ainda há mais inferno para atravessar.
a fé é o ópio que optou tomar e prosseguir,
remédio para sua alma antes atormentada.

passo a passo, segue na sua jornada, só,
corrigindo os pensamentos, os elementos;
céu, mar, terra e ar, deus, diabo, universo.
levita, não mais sente os seixos sob os pés.

as matas, os bichos, as cidades, os homens
agora são vistos de dentro das nuvens, voa
e das alturas sente-os dentro do coração,
purificação que alcançará desse flagelo.

o que deixou pelo caminho, experiências;
o amor, o ódio, o equilíbrio, a permanência
na renovada crença, desprovisão de revolta.
assim peregrino; avança, alcança a vivência e o fim.

18 de agosto de 2010

AS PEDRAS DA MINHA RUA


as pedras da minha rua estão morrendo;
morrerá junto o meu diário em pleno céu aberto.
espaço das imagens e palavras vivas, dos versos
que transcrevo com a conivência da minha pena,
e da janela do quarto no sobrado onde durmo.

páginas e páginas vão sendo preenchidas;
cheias de olhares e sentires,
flagrantes carnais,
e observações banais...

nelas vou anotando os pés que se arrastam;
uns ariscos, outros mórbidos, os mancos.
também os passos bêbados cambaleantes,
dos notívagos e dos boêmios inveterados.

anoto o pisar frenético diurno das gentes;
pontos virgulas xingamentos e exclamações
entre o passar contínuo e acelerado dos veículos,
as reticências nos riscos das bruscas freadas,
e a borra da borracha das fricções nas arrancadas.

tudo está destruindo as pedras da minha rua.
que adoeceram de tanto lixo. dos bichos soltos;
que sujam e enojam as pedras da minha rua;
indignada dos cuspos, escarros, mijos, fezes,
que fede e denigre as pedras da minha rua.

tristes estão as pedras da minha rua, envelheceram,
cortaram suas árvores que floriam, perfumavam,
e caídas, coloriam os granitos alisados pelo tempo,
e disfarçava os altos índices do ar poluído
agora; nem asseio, nem beleza e nem sossego.

as pedras da minha rua também tem medo,
e sede aterrorizada ante as sirenes e rajadas,
com as explosões das granadas, tiros traçantes,
balas traçadas, seqüestros relâmpagos, facadas...

por isso é que as pedras da minha rua choram;
pelas pobres almas que deixaram as marcas
das breves existências numa mancha de sangue,
e a dor numa densa poça alcalina de lágrimas.

as pedras da minha rua, de desgosto estão morrendo,
e junto, morrendo as gentes que ainda sabem dela.

vejo pela janela do quarto no sobrado onde durmo
e percebo essa decadência, essa agonia delirante
que transcrevo em poema, o drama e os gemidos,
das pedras da minha rua nesse caminho incessante.
sim, elas estão morrendo; as pedras da minha rua...




P R Ê M I O D A R D O S

P R Ê M I O     D A R D O S
Agradeço esta distinção significativamente importante. Pelo prêmio em si, incentivador, assim como; pelo grande prazer de eu ter sido indicado a recebê-lo por iniciativa da poetisa Helen De Rose, que vê no meu trabalho, a possibilidade das minhas modestas contribuições crescerem em prol da escrita, pelos contos, prosas e poesias.

EDIÇÕES, PREMIAÇÕES

'ANTOLOGIA' - "TRAGO-TE UM SONHO NAS MÃOS"

Poesia infantil: Plum, Ploc, Trec, Blem... Viva!

Poesia infantil: Fadas meninas

Poesia infantil: O nariz do pirilampo

Temas Originais Editora - Coimbra, Portugal, 2010



ANTOLOGIA DOS 7 PECADOS

Sobre a 'GULA' : Beijo, Goiabada e queijo

ESAG - Edição BlogToh - Barcelos - Portugal, 2010




ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS - 49° Volume

Poesia: Faço poesia porque eu não posso dizer que te amo

http://www.camarabrasileira.com.pc49.htm/ - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS – 46° Volume

Poesia: “Tango a La Rubra Rose” - 2008

www.camarabrasileira.com/pc46.htm - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA DE POEMAS DEDICADOS Edição - 2008

Poesia: “Escrita vazia” - 2008
www.camarabrasileira.com/poemasdedicados2008.htm - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA DE CONTOS FANTÁSTICOS -14° Volume Conto: “O mar está pra peixe, feliz Ano Novo” - 2008

www.camarabrasileira.com/contosfantasticos14.htm - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA POÉTICA, POESIA DA METRÓPOLE

Poesia: "Comparação" - 1991


Litteris Editora - Rio de Janeiro - RJ



DECLARAÇÃO DE AMOR

'Prefácio' , 2010

Câmara Brasileira e Jovens Editores - Rio de Janeiro - RJ



EPISÓDIOS GEOMÉTRICOS (O Livro das Crônicas)

'Posfácio' , 2011

Temas Originais Editora - Coimbra - Portugal



I ENCONTRO DE ESCRITORES - ANDEF
'Palestrante', 2010
Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos

ENTREVISTAS - MENÇÃO QUALIDADE PROSA FEVEREIRO 2009

Site de Poesia

Luso-Poemas - Poemas de amor, cartas e pensamentos

Site de Poesia

Buffering...