AMIGOS QUE ME SEGUEM

EU O MUNDO, O MUNDO E EU

30 de abril de 2008

PAGÚ... A MUSA EX-INTERIORANA

Dizer que a obra dela é apócrifa,
Certamente, quem disser um louco é,
Coragem em um ser, maior não havia,
Ainda mais, no corpo tenro de uma mulher.

Musa brasileira, escandalosa e libertária,
Fenômeno, livre, sem atavismos, e independente,
A história está aí, e bem escrita,
Dos seus feitos, em variadas vertentes.

Uma modernista pro seu tempo,
Cuja voz doce ecoou forte, na rua,
Despojada, vestindo-se quase que nua,
Outros fatos a fez romper com a família.

Pós-menina e já era de vanguarda,
Pagú, pintou, fumou e abusou da lua,
Nada tinha de mulher interiorana,
Seus manifestos tinha-os sob sua guarda.

Por amor casou-se, e de igual amor gerou,
Pariu primeiro Rudá, qual o mito “o deus do amor”,
O mesmo amor com que o amou, ela amava,
A própria vida, e a liberdade do seu povo.

Engajou-se ao movimento antropofágico, pra comer,
“no caráter metafórico da palavra”, não gente,
De não negar, mas não imitar culturas externas,
Dos ameríndios, euros e dos afros descendentes.

Mas, seu “Modus vivendi” incomodava,
Muito mais suas palavras às estruturas,
Sua escrita criticou todo o seu tempo,
Consuetudinário, de prisões e de torturas.

Aos cinqüenta e dois ano ela partiu,
Para viajem definitiva e derradeira
Ficou o mito, nunca será esquecida,
Pagú, a grande musa brasileira.

HISTÓRIA NA SALA DE AULA




Assim como tu és hoje,
Fui uma criança fogosa,
Envolvi-me em travessuras,
Sadias e belicosas.

Sim, fui criança também!
Tantas coisas divertidas,
Que eu puxo da lembrança,
Com gargalhadas gostosas.

Tempo, eu tive para tudo,
Mais recebendo que dando,
Amor, ensinamento e estudo.
Nada, demais e de absurdo.

Quanto tempo!
Não me lembro,
É a mágica da vida,
Não o senti passar.

Ah! Saudades daquele tempo,
Dá um prazer e bem estar,
Ser criança é muita coisa,
Pena o tempo não voltar.

Agora, ouçam bem crianças!

Os anos vão se passar,
Quase que, devagarzinho,
Mas com um piscar de olhos,
Atônitos vão concordar.

E quando isso acontecer,
Toda razão vão me dar,
Até lá, todos serão adultos,
Verão, quão gostoso é lembrar.

Então, guardem na canastra,
Essa estória pra crianças,
Pois a história de vocês,
Serão vocês a me contar.

28 de abril de 2008

DÚVIDAS DO AMOR

Até de longe és a luz que me ilumina,
E que ascende com fulgor todos meus dias,
De tuas mãos, veio a cura das minhas chagas.

Isso é amor?
Isso é amor?
Eu não sabia!

Sempre que choras, e sofre com minhas dúvidas,
E se perturba com as mentiras que lhe digo,
Assim mesmo, tu me queres, e eu lhe pergunto;

Isso é amor?
Isso é amor?
Só tu sabias!

Às vezes eu penso, de não ser, merecedor,
Então me provas ter por mim todo apreço,
Entrega-se a mim, faz do teu colo o meu berço.

Isso é amor?
Se é amor,
Não conhecia!

Olho-me no espelho, não me vejo, ou não sou eu,
O causador de tanto mal, que eu nem sentia,
Eu não consigo distinguir tal sentimento.

Isso é amor?
Se for amor!
Talvez um dia!

E por você, não me entender, me ama e odeia,
Faz-me culpado, com uma pena a cumprir,
Fui julgado, de insensível, mau e estúpido.

Foi por amor!
Isso é amor, amor?
Eu merecia?

27 de abril de 2008

NEM LINHO, NEM VINHO


Escondes o teu olhar doente, depressivo,
Debaixo desses seus lençóis de linho,
Expõe sua solidão sob esses panos,
Engana-te a ti mesmo, com muito vinho.

Quem você pensa poder enganar,
Se aos olhos de mim a verdade é vista,
Abraças sozinho todo um sofrimento,
Teu semblante encobre essa dor maldita.

Procuras qual um cego a saída, a porta,
Sente-se desenganado, só, em recaída,
Achas a situação uma esperança morta,
Sentes a falta de alguém, que lhe dê guarida.

Tens discernimento, a vida, e tudo que reluz,
Lânguido, mas podes refazer sua estrutura,
Queres a cura definitiva dessa ferida oculta,
Esqueças tudo que te lembre a ruptura.

25 de abril de 2008

CASA AMARELA


Era
Uma
Bela
Casa
Amarela.

Lá era o abrigo
Dele.
Era lá o refúgio
Dela.

Por fora,
O sol aquecia.

Por dentro,
Eles
Faziam-na fria.

Ela diz;
Que a culpa é dele.
Ele diz;
Que a culpa é dela.

Célere passou o tempo,
E a casa, que era amarela.
Perdeu o vivo da cor,
Por desamor dentro dela.

NÃO DOU A CARA À TAPA


Com as duas faces, afaga,
Encena, empurra, embala,
Sobre a boca, ela fecha e cala,
Joga pedra no sonho, e rala.

Mão que segura e que fala,
E que fundi o ferro em fornalha,
Moldando na forma ou na malha,
A vida ou a morte, que valha.

Mão que empunha o aço e declara,
Que a arma tem fogo e não falha,
É dela que com o dedo na tralha,
Fere, mata, e morre à bala.

Desses crimes, acaba na malha,
A crueza estampada na cara,
E o fim da poesia não se instala,
Que não é fim nem começo é vala.

23 de abril de 2008

PIXINGUINHA



Boêmios,
Mundanos,
Num beco do mundo,
Versavam.

Com o bandolim,
O pandeiro,
E o cavaquinho;
Enquanto o violão dormia.

Surge entre os assobradados,
Prateada, iluminando as ruelas,
Os beirais, os telhados,
E aquela mulher da vida na janela.

Também o seu gato,
O bêbado.
E o músico,
Naquele momento exato.

Pôs a boquilha do sax entre os dentes,
Após um longo gole de aguardente,
Virou a campânula dourada para lua,
E tocou uma canção dolente.

Calando o cavaco,
Silenciando o pandeiro,
Emudecendo o bandolim,
Acordando o violão num sobre-salto.

A puta chorou,
O felino miou,
A lua sorriu,
E o saxofonista se foi,

Deixando no ar sua canção.

[Pixinguinha]

MEU BRASIL, SEMPRE FOI BRASILEIRO




Aos vinte e dois dias de abril,
Do ano de mil e quinhentos,
A bordo de uma das naus.
Alguém gritou “Terra à vista”

Das treze embarcações, uma havia,
Um comando português,
Que demorou dar a ordem,
Aportem neste sitio de vez.

Que é monte,
Ou uma ilha.
Ou terras,
De leste do continente.

Desembarcaram garbosos,
Felizes pelo grande intento,
Pisaram em nosso solo Brasilis.
Com Vivas! Ao descobrimento!

Contudo, surpreenderam-se,
Os nobres aventureiros do Rei
Na carta, descoberto o Brasil,
“Mas nunca os brasileiros”.

Pois estes já estavam aqui
E eram cinco milhões deles
Tupi-guaranis, tapuias,
Aruaques e caraíbas.

Um erro de história mal contada,
Que após essas páginas passadas,
O tempo nos tem feito resgatar,
A verdade, dessa terra saqueada.

Mas orgulhem-se, antepassados.
Seus tesouros ainda estão no chão.
Seus filhos naturais ou miscigenados,
Fazem desse Brasil, forte nação.

22 de abril de 2008

INVISÍVEL JEITO DE SER


Não se importas com as pedras adiante,
Nem tampouco com o destino há pisar,
Ombreias, levando o peso dessa vida,
Segues em frente, invisível sem reprisar.

Do jardim, que não vemos, mas se sente,
Tu és a flor, o perfume e o espinho,
Espalhas teus encantos em mil faces,
Em pedaços de espelhos no caminho.

Mil sois, mil estrelas e mil luas,
Imagens repetidas pelo chão, rindo,
Dos perfumes que nunca embriagarão.

Invisível jeito de ser, vais omitindo,
Nesse jardim que nunca poderá será visto,
As mil faces, mil flores, e mil espinhos.

O CONDESTÁVEL VENERADO.


Do céu, resplandecente visão,
Montado num corcel branco,
Ogum Yara que chegou de aruanda,
Pra salvar os filhos de fé.

Nasceu de uma lenda antiga,
Marte, salvador da donzela,
Filha de um grande rei líbio,
Que, sua maior riqueza era.

A paga por tal façanha,
Quis a conversão do monarca,
E de todos daquela terra,
Que tinham vidas pagãs.

Mas tanta fé e coragem,
Mostrada assim ostensiva,
Chamou logo a atenção,
Dos seus chefes de caserna.

Descoberto, não abjurou sua fé,
Enfrentou heroicamente a tortura,
Até ser esquartejado, e morto,
Nas ruas da antiga Palestina.

É ele, o guarda-costas celeste,
Grande orixá desde então,
Lutando pelos mais fracos,
Provou matando o dragão.

O monstro que representa,
O mal dentro do homem,
Que é combatido por Jorge,
Em toda e qualquer demanda,

No peito, mais que um amuleto,
Guarda-se com emoção,
Como um escudo protetor,
Pra todo mal rastejante.

É Ogum que é louvado!
Em todos os campos de batalha,
O guerreiro imponente,
Cavaleiro da Capadócia.

Ogunhê!

COMETA ITINERANTE


Um querer diferente.
Mais que amizade,
Menos que amor,
Quase amantes.

Termina
Quando inicia.
Começa,
E logo acaba.

Verdades faladas.
Palavras juradas.
Vontades furtadas.
Falas inacabadas.

Simplesmente.
Amizade e amor.
Sem mácula,
Distante.

Translúcido,
Brilhante.
Precioso,
Qual diamante.

Amor platônico.

Sem cheiro,
Sem gozo,
Sem cor,
Sem dor.

Cometa itinerante.

18 de abril de 2008

PRA ELES, VAGABUNDO ERA, MAS...


Era um citadino comum.
Com poemas de botequim
Pra comunidade pobre
Meu bla bla bla, discurso.

Fui citadino comum.
Não me calaram da luta
Nem as fardas engravatadas
Daqueles filhos da puta.

Sonhei citadino comum.
Esperança, com borrachada
Amor, não escutava mais
De tanta porrada da cara.

Resisti citadino comum.
Do sofrimento do borralho
Liberdade, vigiada
Mandei-os todos, pro caralho.

Renasci, citadino comum
Sou um homem sem lamentos
Se conto isso pro mundo
Pra servir de ensinamento

Sou um citadino comum.
Não me sacaneiam mais
Quer me achar, to na rua
Com os caras da sarjeta.

Sou um citadino comum.
De coração, sou mais grande
Pra esquecer? Só poesias,
Samba, cachaça e boceta.

Morrer citadino comum
Debaixo do mármore, seqüela
Depois de tanto pau-de-arara
Na bunda, mais algodão e vela.

MINHA PRIMEIRA AMANTE


Quem também não queria ser
Aluno da primeira professorinha
E poder amar, como eu amava
Aquela fada, educadora minha

As outras professoras que eu tive
Não, não vou me fazer de forte
Lembro-me das carinhas lindinhas
Mas fazê-las amigas, só sorte.

Não culpo essas outras do meu tempo.
Cuidando de tantos rebentos juntos
Fazendo do ensinar, árduo intento.

Hoje, isso está bem mais difícil,
Aos Professores e Professoras
A lida é igual como antes,
“Só é injusto o provento”.

CÓPULA VOCABULAR


Rompo o véu
Que encobre
O meu desejo.

Acendo meu fogo
Nesta caverna
Adormecida.

No interior.
Movimento-me.
Ritmo, compassado.

Audíveis, ecos,
Abafados,
Produzidos.

Das massas
Qual um êmbolo
Em atrito.

Hora uivos,
Hora risos,
Hora gemidos.

Entre dois vértices,
Corpóreos ejaculados.
Reações em dueto.

Soçobram,
Enfim fatigados
Dormem,

Sonham sobre o outro,
Desnudos de alma,
Desprovidos de pudor.

Cada um para o seu lado.
Após uma noite de amor.

EPIGRAMA N° 11 [O erro]



É minha opinião formada,
Dessa incorreção profunda,
Mas tem gente que incentiva ,
Esse tipo de agressão .

A criança vive a procura,
De onde o amar oriunda,
O grande erro se estampa.
“Com aquela tapa na bunda”

17 de abril de 2008

CIRANDA DA ESPERANÇA




Oi quem vem lá...
Diga lá quem é tu.
Oi quem vem lá...
Diga lá quem é tu.

Sou menino guerreiro
Do mundo de dentro.
Estou me preparando
Para o nascimento.



Oi... Já vem lá... Diga lá quem é tu. (bis)

Porque então, você,
Tanto queres saber,
Espere um pouquinho,
Que eu já vou nascer.

Oi... Já vem lá... Diga lá quem é tu. (bis)

O meu nome é Arthur,
Minha mãe é senhora
A casa está florida,
Está quase na hora.

Oi... Já vem lá... Diga lá quem é tu. (bis)

Foi meu pai, minha mãe,
Que me deram esse nome,
Dizem que foi de um rei,
Guerreiro e bom homem.

Oi... Já vem lá... Diga lá quem é tu. (bis)

Guri abençoado,
De Deus oriundo,
Já antes de chegar,
É bendito no mundo.

Oi... Já vem lá... Diga lá quem é tu. (bis)

Vai querer o Arthur
Sorrir qual criança
E trazer para nós
Se deixarem, esperança.

Oi... Já vem lá... Diga lá quem é tu. (bis)

Diga lá quem é tu...
Não sou rei, sou plebeu,
Definitivamente,
Um menino sou eu.

Oi... Já vem lá... Diga lá quem é tu. (bis)

Obrigado Arthur,
Sua vinda e louvada,
Agradeço a Virgem,
E ao Nosso Senhor.

Oi... Quem vem lá...
Oi... Quem vem...
Oi... Quem...
Oi...







Já fiz uma homenagem para as minhas queridas netas, http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=30291 . Neste mês de abril, chega o meu neto Arthur, espera-lo-ei com essa ciranda, e mais a bola, o triciclo, carrinhos e uma camisa do Flamengo. Espero poder fazer muito mais.

15 de abril de 2008

TANGO A LA RUBRA ROSE


Eu tomo com o meu poder
Teu corpo pela cintura.
Provoco-te com rodopios
E muitos jogos sensuais.

Sob o som inebriante
Do tango incendiário,
Fundindo, as nossas almas,
Num delírio muito apraz.

Eu não sei se ainda sou eu,
E você também não mais.
Nossos corpos flutuando,
Entrelaçados demais.

E no palco, sem testemunhas
Nós dois dançarinos, vejo,
E a rubra rosa da tua boca.
Despetalei-a com um beijo.

Ficamos tão excitados...
Que, não ouvimos o bandaneón.
O tango havia acabado, mas ainda...
Éramos um, ao invés de dois.

Tcham... Tcham...

10 de abril de 2008

THEOTÓKOS. ELA AMA E É AMADA


Com a sua virgindade,
Surge o título primordial.
Ante a mulher recatada,
Do Grande Mistério seu,
Da concepção contestada.

Lágrimas em rios de sangue,
Por ela, demais derramadas,
Nos longos caminhos do Gólgota
E nas peregrinas caminhadas,
A cada aparição.

Na Cova, no fundo do rio
Nas trovas,
Nas salve rainhas,
Nos campos da vida e da morte,
Nas vozes das pastorinhas.

Diz-se dela a Medianeira,
Refúgio final de quem peca,
Linimento para as dores,
Co-Redentora advogada.
E a arca de todos os ais.

Para uns, ela é a oferta.
Para outros, a maldição.
Sua dedicação, sem anátema
Faz dos pobres e ricos de fé,
Iguais, como todos os filhos são.

Não é preciso que a anuncie
Nem que um anjo do céu o faça.
Pois essa mulher é a deidade,
É Maria, a que ama simplesmente.
Mãe de Deus, ou Theotókos.
A Maria, aquela cheia de Graça!

9 de abril de 2008

UMA PROSA É UM CAUSO MAS TAMBÉM É POESIA, UAI!


Conheces São Domingos do Prata,

Nos rincões das Minas Gerais?


É uma cidade maneira,

Evidente, se é de Minas é mineira,

Um lugar de vida boa,

E de gente bem faceira,

De prender nossa atenção.


Lá, mora o Tião do Coqueiro,

Que trepa o dia inteiro,

Essa é sua grande labuta,

Dos cocos, a sustentação,

Só faz isso por dinheiro.


Margarida Sirigüela?

Essa que não sai da janela,

Pisca pra todos os moços.

Mas coitadinha é tão feinha,

Que ninguém dá atenção.


Ah! A Dona senhora beata,

Deolinda da Paixão,

Essa, já foi namoradeira,

Hoje, até o diabo descarta.

Mas, tem quem diz, que não.


É uma cidade sui generis,

Pra se procurar alguém.

Se achar, só com sorte,

Sequer um, tem sobrenome,

Pois só de Zé, mais de cem.


E isso é demais confuso,

Ainda mais se forasteiro,

Subi rua, e desci rua,

Foi chão de gastar sandália,

Um castigo, o dia inteiro.


Felizes os identificados?

Só aqueles que morreram,

Quando então já no velório,

Jaz o defunto deitado,

Com o Atestado do Cartório.

8 de abril de 2008

SILHUETA D’ÁGUA E MEL


Mel, é a silhueta d'água
Mais transparente, bela e pura,
E seus poemas são,
Maviosos qual u'a música,
Sonoros,
Com letra,
E partitura.
Dos poemas que não escreves,
Não lerei,
Eu não mereço.
E aqueles que escondes em arca,
Se for seu mais rico tesouro,
Guarde-o para si com apreço.

7 de abril de 2008

ESCRITA VAZIA


Na mesa do bar
Com o pensar em falso.
Eu desfiz os traços
Do meu poema torto.

Arrastei pra mim
A cadeira de braços.
Apoiei os meus pés
Bêbados e descalços.

Procurei a caneta
No copo de pinga.
Usei-a magistralmente
Para misturar as letras.

Abracei novamente
Sem muito gosto.
Refiz o meu poema,
O que jazia morto.

Olhei para o papel
De escrita vazia.
Disse cambaleante,
Que declamaria.

Saí pela rua,
Cantarolando.
Só eu via
No poema...
Poesia.


PINGUE-PONGUE


PING...

Olhando para o imenso céu azul
Eu vi uma estrela fulgurante,
Tive, a certeza absoluta.
Era você, piscando os olhinhos
Cintilantes.


PONG...

Neste imaculado azul sem fim
Você é do céu, o mais lindo astro.
E essa forte luz que me ilumina
São seus olhos de cometa
Com o seu rastro.

MARCAS DE MIM


Os rastros
Que eu deixo na areia.
São minhas marcas,
Indeléveis de um passado.

Os sulcos,
Tão profundos, reconheço-os,
Cederam, com o peso,
Dos meus pecados.

Reencontrei-me.
O velho homem é finado,
As mãos, me voltaram as dos amigos,
Daqueles, sempre por mim amados.

Tarde, mas antes que fosse nunca,
Pois o tempo do ocaso se aproxima.
Procuro me abrandar das tristes cenas,
O que antes, achava ser minha sina.

Vislumbro o sorriso
Dos amigos.
Aos poemas,
Saídos da minha pena.

Se eu morrer
Neste segundo, vou feliz.
Pois só quis fazer de mim.
Servil mecenas.

REVELAÇÃO















Você mulher, que, me reparas tanto,
Tão atenta, ou talvez preocupada.
Bem sabes, e tudo de mim conheces,
Meus clamores, lamentos e caminhadas.

Sinto que alguma coisa está havendo,
Quando a vejo, distraída, e olhar perdido.
Quem sabe, precisando quem te escute,
Agora sei o que aguça os meus sentidos.

Os motivos muito ou poucos, eu me importo,
Não percebes, mas eu fico atormentado.
Por você, que me livrou de tantas dúvidas,
Eis me fiel, seu amigo inveterado.

Fico Infeliz, por assim acontecer,
Somos cúmplices, de todos os nossos atos.
Refugio-me em alguns copos de bebida,
Para esquecer-se do que é real ou abstrato.

No momento, permaneço nesse hiato,
Vivendo a minha vida sem ninguém.
Que me ame, ao menos por uns momentos,
Que me queira, e precise de alguém.

É uma fase, que muito tenho pensado,
Perguntando-me: Afinal onde encontrar?
É possível que esse alguém esteja perto,
Agora sóbrio, talvez possa enxergar.

Torces, para que eu enterre o passado,
E dos motivos que me fez tanto mudar.
Te confesso desse mal estou curado,
Pior seria você não se preocupar.

Algum dia, tu ainda me verás,
Radiante como um dia ensolarado.
E aí, com certeza tu dirás,
Este homem está feliz. Ele é amado.

PALAVRAS CULTIVADAS

As palavras
Que cultivas
Já são férteis.

O Poeta
Que da pena
Faz o arado.

Cujos sulcos
Aprofundas
Em boa terra.

Semeando
As escritas
Que redunda.

Grande colheita
Nesse campo
Das palavras.

Sem dúvida
Toda liberdade
Fecunda.

4 de abril de 2008

ODE A UM AMIGUIRMÃO


Surgido do inferno ou céu,

ó senhor das metamorfoses,

poeta manipulador de letras,

transformador de palavras,

alquimista do fel ao mel.

3 de abril de 2008

CIRANDA DA JABUTICABA

Ô... Dona Jô...
Cadê essa mureca...
Ô... Dona Jô...
Cadê essa buneca...

Pa-re-ce gente grande
Mas ela é criança
Que garota sapeca
De cabelo de trança.

Ô... Dona Jô...
Cadê essa criança
Ô... Dona Jô...
A sua esperança

Que coisa gostosa
É entrar nessa dança
E que felicidade
Toda essa festança.

Ô... Dona Jô...
Essa musica não acaba
Ô... Dona Jô...
Se melhorar estraga.

Ficou crescidinha
O amor a esperava
Calçou a sandalinha
E partiu pra estrada.

Ô... Dona Jô...
De saudade chorava
Ô... Dona Jô...
Por essa não esperava.

A menina voltou
De opinião formada
Subiu no pé da planta
Comeu jabuticaba.

Ô... Dona Jô...
A festança acabou
Ô... Dona Jô
E agora eu me vou.

Espero que goste
Dessa cantoria
Despretensiosa
Mas com muito... Amor.

1 de abril de 2008

CAMINHO DA ROÇA


Piuí... Piuí...

Lá vem,
Quem vem,
Balançando nos trilhos,
Lá vem o trem.

Vem lá,
De lá,
Soltando fumaça,
E mais balançar.

Demais eu queria,
E tinha a esperança,
De rever essa gente,
Cheia de alegria.

Chegou, é festa
Parou na estação.
Palpitou o meu peito
De tanta emoção.

Piuí... Piuí...

Já vai, já vai,
O trem vai partir
Levando com ele
O meu coração.

Levando pra longe
Essa gente querida
E toda lembrança
Que tenho da vida.

Lá foi, o trem
Sumindo na curva,
Se foi, sumiu
No meio da chuva.

Piuí... Piuí...

ESCRIBAS vs POETAS


Tem o ego inflamado
Alguns escribas,
Os donos da verdade,
Pseudo sábios das entrelinhas.

Fazem de suas leituras
O seu prazer egocêntrico,
Denegrindo textos soltos, obras,
E edições em brochuras.

Da minha escrivaninha
E a pena como chave.
Abro o portal do caminho
Dos meus pensamentos.

Sem me importar
Se a crítica há ou não decência.
Pois, se poeta sou ou não, para mim,
O que escrevo é referência.

Bem haja,
Cada um com sua arte,
Inclusive os que tudo acham ruim.
Nesse mister... Criticar faz parte.

Cabe a nós, chamados de imortais,
Escrever com prazer, sem heresia.
Compondo versos de pleno amor, ou ódio,
Imortalizando poemas e poesias.

P R Ê M I O D A R D O S

P R Ê M I O     D A R D O S
Agradeço esta distinção significativamente importante. Pelo prêmio em si, incentivador, assim como; pelo grande prazer de eu ter sido indicado a recebê-lo por iniciativa da poetisa Helen De Rose, que vê no meu trabalho, a possibilidade das minhas modestas contribuições crescerem em prol da escrita, pelos contos, prosas e poesias.

EDIÇÕES, PREMIAÇÕES

'ANTOLOGIA' - "TRAGO-TE UM SONHO NAS MÃOS"

Poesia infantil: Plum, Ploc, Trec, Blem... Viva!

Poesia infantil: Fadas meninas

Poesia infantil: O nariz do pirilampo

Temas Originais Editora - Coimbra, Portugal, 2010



ANTOLOGIA DOS 7 PECADOS

Sobre a 'GULA' : Beijo, Goiabada e queijo

ESAG - Edição BlogToh - Barcelos - Portugal, 2010




ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS - 49° Volume

Poesia: Faço poesia porque eu não posso dizer que te amo

http://www.camarabrasileira.com.pc49.htm/ - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS – 46° Volume

Poesia: “Tango a La Rubra Rose” - 2008

www.camarabrasileira.com/pc46.htm - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA DE POEMAS DEDICADOS Edição - 2008

Poesia: “Escrita vazia” - 2008
www.camarabrasileira.com/poemasdedicados2008.htm - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA DE CONTOS FANTÁSTICOS -14° Volume Conto: “O mar está pra peixe, feliz Ano Novo” - 2008

www.camarabrasileira.com/contosfantasticos14.htm - Rio de Janeiro - RJ



ANTOLOGIA POÉTICA, POESIA DA METRÓPOLE

Poesia: "Comparação" - 1991


Litteris Editora - Rio de Janeiro - RJ



DECLARAÇÃO DE AMOR

'Prefácio' , 2010

Câmara Brasileira e Jovens Editores - Rio de Janeiro - RJ



EPISÓDIOS GEOMÉTRICOS (O Livro das Crônicas)

'Posfácio' , 2011

Temas Originais Editora - Coimbra - Portugal



I ENCONTRO DE ESCRITORES - ANDEF
'Palestrante', 2010
Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos

ENTREVISTAS - MENÇÃO QUALIDADE PROSA FEVEREIRO 2009

Site de Poesia

Luso-Poemas - Poemas de amor, cartas e pensamentos

Site de Poesia

Buffering...